Conheça a Comunicação Antifrágil, método desenvolvido para resolver conflitos dentro e fora da sua empresa
Em artigo, o consultor, mentor e storyteller Vinícius Bastos apresenta técnicas que impactam positivamente a comunicação dos empreendedores
Saber se relacionar e se posicionar com clientes, colaboradores ou fornecedores faz parte do dia a dia de todo dono de negócio. No entanto, nem sempre quem empreende consegue desenvolver uma comunicação capaz de resolver os problemas que surgem a partir dessas relações. No artigo “Comunicação Antifrágil: construindo narrativas vencedoras em tempos de caos e aleatoriedade”, o consultor, mentor e storyteller Vinícius Bastos apresenta um método de comunicação pessoal criado para resolver conflitos e construir relacionamentos saudáveis.
Segundo ele, a gestão de negócios é influenciada pela maneira que empreendedores lidam com divergências dentro e fora da empresa, inclusive em relacionamentos afetivos.
Depois desse contato direto com empresários, Vinícius também estudou a Teoria da Antifragilidade de Nassim Taleb e teve a oportunidade de fazer um curso com o ex- agente do FBI Christofer Voss, especialista em negociações complexas, como sequestros. O artigo de Vinícius Bastos foi publicado no livro “A Virada – Como Reinventar Seu Negócio Em Tempos de Incerteza”.
A obra foi recém-lançada no Brasil e em Portugal, por meio da editora Lisbon Internacional Press, sob coordenação do assessor da presidência do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae, André Spínola. O prefácio da publicação é assinado por Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza.
A Agência Sebrae de Notícias conversou com Vinícius Bastos, que fez parte da Unidade de Soluções do Sebrae Nacional e atualmente atua como coordenador do laboratório de inovação da Funpresp. Confira abaixo a entrevista:
ASN – Existe alguma relação entre a Comunicação Antifrágil e a Comunicação Não-Violenta?
Entrevistado – A Comunicação Antifrágil utiliza algumas técnicas da Comunicação Não-Violenta para gerar ganhos, principalmente depois do tensionamento do conflito, mas atuamos em campos de jogo diferentes. A Comunicação Não-Violenta parte de uma premissa que nós somos naturalmente compassivos. Já a Comunicação Antifrágil considera que o ser humano convive com o paradoxo da vontade de prevalecer e de pertencer ao mesmo tempo, gerando conflitos em suas relações.
ASN – Quais os principais obstáculos para conseguir estabelecer uma Comunicação Antifrágil?
Entrevistado – O principal deles é quando o outro lado não quer o diálogo porque é uma limitação para se comunicar, mas eu vejo que as pessoas estão perdendo a capacidade de contemplar as coisas de uma maneira geral e isso é um problema indireto. Quando você para de contemplar, ou seja, não concede tempo para o seu cérebro visualizar e materializar um conflito, a chance de tomar uma decisão precipitada é muito grande. A falta de empatia também é um outro obstáculo porque, muitas vezes, a pessoa se coloca no diálogo, mas não está realmente interessada em ouvir e apenas quer comprovar o argumento dela. No meu artigo, inclusive, trato da empatia tática como uma técnica dentro desse processo.
ASN – Como essa capacidade de comunicação pode contribuir para a formação de lideranças?
Entrevistado – Eu acredito que a Comunicação Antifrágil é um dos principais assets para qualquer líder de hoje e do futuro. Vivemos em uma era não só de informação, mas de comunicação intensa. Temos redes sociais onde nossos comportamentos e posicionamentos estão sendo constantemente observados e questionados. Os ambientes de trabalho, por sua vez, estão se tornando mais híbridos e multiculturais, trazendo o desafio do conflito. Então, esse líder precisa dominar muito bem sua comunicação pessoal e boas narrativas, de forma envolvente, verdadeira, que consegue tirar o melhor das pessoas e dos fatos.
ASN – Como a Comunicação Antifrágil pode ser aplicada dentro de um pequeno negócio?
Entrevistado – Eu defendo que o empreendedor deve sempre se posicionar de forma autêntica, mostrando o que ele realmente é porque, muitas vezes, a marca é o empreendedor. A primeira coisa que o empreendedor deve consciência é de quem ele é no jogo e como ele se posiciona. Para isso, há um exercício muito interessante chamado “Manifesto Pessoal”. É um texto de autodeclaração em que ele responde às perguntas: Quem sou eu? O que eu manifesto? Quais são as minhas verdades para o mundo? A partir disso, deixar bem claro o que ele é e como isso se reflete no negócio, nas suas práticas, na cultura da empresa, na escolha dos seus colaboradores e fornecedores.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias