Comunicação: como acontece?
*Reginaldo Rodrigues
Comunicação deriva do latim communicare, que significa “tornar comum”, “partilhar”, “conferenciar”. Partilhar sorriso, por exemplo, sempre funciona, e quando recebe outro de volta, a sua comunicação está tendo resposta. A comunicação é uma via de mão dupla, e de fato só será comunicação se for entendida e houver uma reação em relação ao entendimento da mensagem.
A comunicação não é o que se emite ou demonstra, e sim tudo aquilo que o outro terá compreendido do que foi emitido, ou seja, quanto maior a compreensão do nosso propósito, mais eficaz será a comunicação estabelecida. Você já pensou nisso? Perceba que não mencionei a palavra falar, pois a comunicação pode acontecer de diversas formas, símbolos, sons, gestos e escritas, por exemplo. Comunicar é a capacidade que o ser humano tem de interagir com o outro por meio de expressões, verbais ou não verbais.
O perfeito entendimento consiste na emissão, transmissão e recepção de uma mensagem por métodos convencionais ou não. Isso significa que podemos usar de fala, escrita, sinais, signos ou símbolos,
como mencionei anteriormente. Isso é linguagem. A verbal ocorre quando utilizamos a palavra, mesmo que seja escrita. A linguagem verbal é encontrada na forma de comunicação rotineira entre as pessoas, em leituras de jornais, revistas e artigos diversos; e em discursos ou palestras, ou em qualquer conversação.
Mas enquanto comunicadores eloquentes e envolventes que precisamos ser, especialmente em apresentações, usaremos de uma linguagem mista, a voz, a audição, a visão e o movimento para atingirmos nosso objetivo. É o caso também do teatro, da televisão e do cinema. Para que a comunicação se concretize, tenhamos resultados satisfatórios, é preciso que saibamos falar, ler, ouvir, ver e sentir. Assim aprenderemos a compreender e, sobretudo, a nos colocar no lugar outro, rapport. Portanto, não importa o que você expressa, e sim o que o outro entende. Comunicar-se, antes de qualquer coisa, é fazer-se entender.
Fã incondicional da cantora Sandra de Sá, fui surpreendido com a notícia de que ela faria um show em Aracaju, onde eu estava, naquela noite. Evidente que fiquei entusiasmado, e imediatamente minha namorada também ficou, mesmo não conhecendo muito o trabalho da artista. “Nós vamos!”, disse ela. “Nós vamos!”, disse eu. Não só fomos como participamos ativamente cantando e dançando, muito mais eu do que ela, e foi um daqueles momentos inesquecíveis.
O show por si só já seria interessante para mim, já que gosto. E se tornou mais especial ainda pelo fato de ser aniversário da cantora, e por ela ter descido do palco para ser abraçada pelas pessoas. Mesmo com o habitual tumulto e os seguranças em volta, fui um dos que a abracei enquanto a “patroa” tirava as fotos, atenta.
Comunicar é amar o que faz, é interagir plenamente com os interlocutores. O que a artista fez foi interação total, movida pela sinergia do momento, pela intensidade e emoção. Houve um intenso rapport. E criou-se uma egrégora indescritível no espaço de eventos do Projeto
Tamar. Ela agiu de forma natural e espontânea.
Para ser entendido, nada melhor que a naturalidade. Para o empreendedor Peter Sims, falar sobre coisas em que você acredita também é um ponto muito importante. Saber muito bem o que você quer dizer e conhecer seu público são, em sua opinião, o que há de mais importante. “Conforme o público compreendeu que eu estava apenas sendo eu mesmo e tentando compartilhar e ensinar, com todas as minhas peculiaridades, eles pararam de me analisar e me julgar e simplesmente aproveitaram o
momento”, escreveu Peter à Harvard Business Review sobre uma apresentação que realizou. Pense nisso.
* Reginaldo Rodrigues é Escritor, Consultor, Professor e Palestrante. Com mais de 25 anos de experiência em comunicação profissional, atuou como Radialista, Mestre de Cerimônias e Media Training, coordenou o Marketing em campanhas eleitorais de candidatos a Deputado, Prefeito e Vereador. Publicou 2 livros e 1 DVD sobre o tema Marketing e Comunicação.
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