COVID-19: QUANDO O MENSAGEIRO NÃO NOS É CONFIÁVEL, A MENSAGEM NÃO VALE
Um dos valores que tento passar em casa é de que a verdade deve sempre imperar sobre a mentira, por mais simples que seja.
Pequenas mentirinhas aqui e acolá acabam por passar uma mensagem subliminar que ela vale à pena.
Afinal, uma pequena mentira pode evitar um problema com essa pessoa, e a mensagem está gravada no subconsciente dos nossos filhos, que replicarão isso por toda a vida.
Não, aqui em casa eu brigo para que a verdade sempre venha, para que possamos confiar nas pessoas quando elas dizem alguma coisa.
Se minha filha mente que está doente para não ir à aula e descobrimos, teremos que checar quando ela estiver realmente passando mal até acreditar nas suas palavras.
Se sai dizendo que vai a algum lugar, e vai para outro sem avisar, será mais difícil acreditar nela num próximo programa inocente.
Isso também acontece com um país e sua economia!
Países com maior ÍNDICE DE CONFIANÇA são sempre mais prósperos que países em que as pessoas não confiam umas nas outras, nem em sua justiça e representantes.
Há uma correlação muito positiva entre CONFIANÇA x PIB.
Mais desconfiança abre espaço para assinaturas em cartório, burocracia, reuniões e vários documentos; tudo isso significa tempo e dinheiro das partes. Multiplique por milhões e milhões!!
Pense também na força da sua marca no mercado! Sua empresa, ou você enquanto autônomo e profissional liberal, cumprem sua palavra? Aquilo que diz em seus anúncios lindos se conferem com seu atendimento e atitude diárias? Como já afirmei em diversos posts por aqui, as experiências com uma marca devem ser repetidamente positivas, para diversos clientes, para que ela tenha valor no mercado. Se não confia em uma marca, acabou para a empresa!
Marcas tornam-se fortes fazendo repetidamente, e por um bom período de tempo, o que prometem e de forma bem feita! Você confia em marcas fortes, por isso paga por elas.
O que aprendi morando na Nova Zelândia
Morei na Nova Zelândia, e me assustei quando abri uma conta em 2 minutos, mostrando apenas meu passaporte e fazendo um depósito.
Ao comprar um carro, bastou assinar um documento e pagar NZD$9.00, enfrentando uma fila de 5 pessoas no Post Office (os Correios de lá). Voilá… o carro era meu!
Quase não há multas de trânsito, e fiquei um ano inteiro respeitando os limites de velocidade.
Durante esse mesmo ano, houve apenas um escândalo de políticos: uma deputada prestou contas falsas de uma viagem para a Austrália.
Coincidências à parte, pesquisas afirmam que na Nova Zelândia o nível de traições nos casamentos é inferior a 2%.
Percebe o que é nível de confiança!? E por que o país sempre é citado como uma das nações menos corruptas e mais desenvolvidas do mundo?
COVID-19 e a confiança nos meios de informação
No caso do COVID-19, esse tal Corona Vírus, fomos vítimas desse processo pernicioso de manipulação de informações. Não que a mídia não tenha alertado, mas o processo de manipulação de dados em verdades politicamente convenientes ficou tão escancarada desde o processo eleitoral, que muitas pessoas passaram a desacreditar nos conselhos trazidos para a população, a ponto de uma grande maioria ter ignorado os riscos desta pandemia por aqui.
Na mesma mensagem, misturaram o termo bolsominion com protestos do dia 15, queda da bolsa e explosão do dólar como se fosse incompetência do governo atual e sua política, controle de R$30 bilhões do orçamento e aprovação do BPC e revolta contra o Congresso e STF com Corona Vírus. Fizeram uma salada, e agora a culpa é de quem não acreditou neles?
De volta para nossa casa!
Essa é a lição que vou mostrar para minhas filhas: seja confiável, fale a verdade, para que eu possa acreditar de primeira quando precisar que acredite em você. Caso contrário, meu descrédito e consequências posteriores serão responsabilidade nossa, que poderiam ter sido evitados caso a relação não se baseasse na desconfiança.
Sejamos verdadeiros e confiáveis: esse é o valor que mais precisamos para colocar o Brasil nos trilhos. E isso começa em casa… e termina no PIB!
(*) Rafael Lucchesi Gomes é Sócio-Diretor da LUCCHESI Inteligência em Negócios: Graduado em Administração pela UFMG, tem especialização em Consultoria para Pequenos Negócios pela FIA/USP; em Agentes de Desenvolvimento em Cooperativas, pelo UNICENTRO Newton Paiva/MG; Ferramentas de Coaching em Inovação e Empreendedorismo, pela BABSON COLLEGE/EUA; e Modelagem de Negócios Inovadores – Método SPRINT, pela COVENTRY UNIVERSITY/UK. Palestrante e consultor associado ao SEBRAE, FIEMG e OCEMG, é consultor organizacional com experiência em negócios e em estratégias de desenvolvimento setorial/territorial.